quarta-feira, 26 de março de 2014

Cota do nível do rio Madeira atinge 19,62m e número de desabrigados aumenta

No início da manhã desta quarta-feira (26) a cota do nível do rio Madeira chegou a 19,62m de acordo com aferição feita através do monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA). Medida impressionante para a maior cheia da história de Rondônia. O registro mais alto até então era de 17,52m, aferido no dia 08 de abril de 1997. A diferença hoje é de 2,10m acima dessa que foi considera a maior de todas.

O resultado é o caos gerado nas áreas atingidas em Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Rolim de Moura, Ji-Paraná e Cacoal. Além dos Distritos do Baixo Madeira, como São Carlos e Vila de Nazaré, e Distritos ao longo da BR 364, Jacy-Paraná, Extrema, Mutum, Vista Alegre do Abunã. A Defesa Civil contabilizou até o momento que são 16.500 pessoas desabrigadas ou desalojadas nessas regiões.

Na Capital as áreas afetadas na região central que comporta os bairros Triângulo, Cai N´água, Mocambo e Areal, permanecem críticas, com várias vias interditadas – Rua Almirante Barroso, Avenida Campos Sales, Rua Tenreiro e principalmente Rogério Weber, onde as águas do Madeira tomam de conta em vários pontos e atingindo prédios da Receita Federal, TRE-RO, Justiça Federal e Fórum. Para piorar já foram detectadas rachaduras na via, provocando crateras e fazendo com que o asfalto ceda, prejudicando o tráfego de veículos que precisam pegar o trecho que conduz a Estrada de Santo Antônio. Uma força tarefa da Secretaria Municipal de Obras, junto com a Defesa Civil e Exército estão avaliando os danos na avenida e a possibilidade de interromper ainda mais o trânsito e abrir um caminho alternativo nos próximos dias.

GUAJARÁ-MIRIM

Em Guajará-Mirim e Nova Mamoré a situação é crítica também com a enchente do rio Mamoré, que na região atingiu mais de cinco mil pessoas. Ainda ontem (25) o prefeito de Guajará-Mirim, Dúlcio Mendes, decretou estado de Calamidade Pública. A situação piorou muito nos últimos dias e Bairros populosos, como Santo Antônio, Industrial, Triângulo, Cristo Rey, Tamandaré e Centro já foram atingidos pelas águas.

Com mais força, ainda em Guajará-Mirim, as águas tomaram conta das áreas ribeirinhas dos rios Mamoré, Guaporé, Pacaas Novos e Ouro Preto e incluindo comunidades indígenas.

RIO BENI

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) imagens recentes do satélite Landsat 7 apresentam áreas atualmente inundadas pelo Mamoré que irão vazar para o Madeira. Essas águas do Rio Mamoré ainda não chegaram a Porto Velho e quando atingirem a região, o que deve ocorrer em alguns dias, tornarão a situação ainda mais crítica em Rondônia.

A Divisão de Sensoriamento Remoto do Inpe tem avaliado imagens de satélite com o intuito de ajudar a antecipar medidas de emergência que são tomadas pela Defesa Civil.

Registrada no dia 15 de março pelo Serviço Geológico Americano (USGS) e processada por Oton Barros, pesquisador do Inpe, a imagem abaixo mostra em azul escuro e em negro a superfície inundada com resposta espectral de água. Em verde, no entorno da calha do rio, matas inundadas pela cheia do Rio Mamoré. Essas águas ainda alimentarão a cheia histórica do Rio Madeira.
Fonte: Rondoniaovivo - Com informações do Inpe

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