segunda-feira, 31 de março de 2014

Jornalista que lançou campanha contra estupro conta que não esperava repercussão Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/jornalista-que-lancou-campanha-contra-estupro-conta-que-nao-esperava-repercussao-12045632#ixzz2xZpGQCD6 © 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

BRASÍLIA – A jornalista Nana Queiroz, de 28 anos, trocou de lugar na semana passada e virou notícia. Foi dela a ideia de promover nas redes sociais a campanha “Não mereço ser estuprada”, em que uma legião de mulheres tiraram fotos de si mesmas de topless, com a frase estampada no corpo ou em um cartaz. A foto de Nana foi tirada na frente do Congresso Nacional. A iniciativa surgiu depois de divulgada uma pesquisa do Ipea que apontou que 65% dos entrevistados consideravam que mulheres de roupa curta mereciam ser estupradas.
Nana Queiroz posta foto com o dizer ‘Eu não mereço ser estuprada
Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff postou do Twitter frases de incentivo à jornalista. “O governo e a lei estão do lado de Nana Queiroz e das mulheres ameaçadas ou vítimas de violência. Nenhuma mulher merece ser vítima de violência, seja física ou sob a forma de ameaça. A organizadora do protesto merece toda a minha solidariedade e respeito”, escreveu a presidente. Por conta da campanha, a própria Nana foi ameaçada de estupro pela internet.
Você viu que a presidente Dilma Rousseff postou no Twitter mensagens de apoio ao seu protesto?
Vi sim e já respondi. Escrevi: “Cara presidenta, obrigada. Esperamos contar com seu apoio para aprovação de leis que protejam mulheres de crimes virtuais”.
Quando você fez o ato, imaginou essa repercussão toda?
De maneira alguma. Imaginei que se eu conseguisse cem pessoas para tirar foto com a mensagem seria muito. Achei que ficaria restrito ao meu círculo de amizades. Nunca imaginei que fosse chegar na presidenta da República.
Por que você resolveu tirar a roupa?
Estavam dizendo que mulheres com decote merecem ser estupradas. Eu queria mostrar que eu podia fazer topless e, ainda assim, não merecer ser estuprada. Era a coisa mais ousada que eu poderia fazer.
Você não ficou desconfortável ao tirar a roupa na rua?
Eu não estava completamente nua, estava com um top e só abaixei quando cheguei na frente do Congresso. Queria que a foto fosse simbólica, para exigir uma resposta dos nossos lideres.
Houve comoção no seu ambiente de trabalho?
O meu chefe hoje me liberou só para responder entrevistas, ele é o mais empolgado com a causa. Tive absoluto apoio no ambiente de trabalho. Os colegas de trabalho tiraram fotos das esposas na mesma pose. Todas colegas de trabalho também estão entusiasmadas com a causa.
Você é casada?
Sou casada há cinco meses.
O seu marido não ficou com ciúme?
De maneira alguma. Quando surgiu a ideia, eu perguntei se ele ficaria desconfortável. Ele disse: 'eu não tenho o direito de ficar desconfortável, o corpo é seu'. Inclusive foi ele quem se ofereceu para tirar a foto.
Alguma revista masculina te procurou para posar nua?
Não, ainda não. Mas, se procurarem, vou dizer não. Não me sinto confortável com a nudez erótica. A única causa que me faria tirar a roupa é essa, e eu já fiz.
Fonte: Globo.com

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