quarta-feira, 5 de março de 2014

Por conta de cheia histórica em RO Defesa Civil improvisa porto em praça

Com o avanço das águas do Rio Madeira nas ruas e avenidas de Porto Velho, parte da Praça Estrada de Ferro Madeira-Mamoré está submersa. Por conta disso, o local começou a ser utilizado como porto improvisado e os barcos que chegam da região do Baixo Madeira, com famílias atingidas pela cheia estão atracando no ponto turístico da capital. Outras embarcações que chegam dos municípios do Amazonas também atracam na região.
Nesta segunda-feira (3), o nível do Rio Madeira atingiu 18,73 metros, já ultrapassando em mais de um metro o último registro de enchente, com grandes consequências, em 1997 de 17,52 metros. O prefeito Mauro Nazif já decretou estado de calamidade pública e mais de 2 mil famílias precisaram sair de casa.
De acordo com a Defesa Civil, a praça tem melhores condições para desembarcar as famílias em segurança e por isso o local está sendo ultilizado. Uma ponte de madeira foi improvisada para a passagem das pessoas e mercadorias. Embarcações menores, como voadeiras também utilizam o local para desembarque de mercadorias e famílias atingidas pela cheia.
O Porto Cai n'Água, local onde atracam as embarcações, para embarque e desembarque de pessoa e cargas, está interditado desde o dia 12 de fevereiro. A água do Rio Madeira cobriu ruas e avenidas que davam acesso ao local.
Visitantes da Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, e moradores que dependem de embarcações tem de passar por passarela improvisada para se aproximar dos barcos (Foto: Ivanete Damasceno/G1)Visitantes da Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, e moradores que dependem de embarcações tem de passar por passarela improvisada para se aproximar dos barcos (Foto: Ivanete Damasceno/G1)
Cenário da cheia
Nesta segunda-feira (3), a BR-364, única via terrestre de acesso entre Rondônia e Acre, foi interditada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) para análise das condições de passagem dos veículos, por causa da cheia histórica do Rio Madeira. A interdição deve durar toda a manhã.
A cheia histórica está ainda impedindo que caminhões do tipo cegonha cheguem até o Acre, por causa de uma lâmina d'água que cobre a BR-364. Por conta disso, os veículos estão sendo deixados em depósitos em Porto Velho, fazendo com que as transportadoras tenham prejuízos, pois precisam alugar um espaço e depois deverão custear a viagem até a cidade acreana, explica Luís Augusto de Oliveira, dono de depósito.
Também nesta segunda-feira, 200 famílias do Baixo Madeira estão sendo removidas para Porto Velho, porque tiveram suas casas inundadas pela água do Madeira. Outras foram levadas para a parte alta de Nazaré. Segundo a Defesa Civil Estadual, 500 barracas foram encaminhadas para Rondônia e devem ser levadas, principalmente, para os moradores do Baixo Madeira que foram acomodados em regiões mais altas dos distritos e localidadades.
No sábado (1), a Marinha do Brasil disponibilizou um nacio para prestar assistência médico-sanitária aos atingidos pela cheia do Rio Madeira. A embarcação de 48 metros de comprimento está atracada no Porto de Porto Velho. Os pacientes serão encaminhados após uma triagem realizada pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual. O navio de assistência médico hospitalar Oswaldo Cruz permanece em Porto Velho por tempo indeterminado.
Por causa da cheia, a produção agropecuária está prejudicada nas cidades atingidas, de acordo com a Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater). A água inundou plantações e criadouros de Porto Velho e distritos como São Carlos, Calama e Nazaré. A estimativa é de que os prejuízos cheguem a R$ 55 milhões.

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