sábado, 26 de setembro de 2015

Assassinato em Médici – “Sou enteada da vítima e filha do agressor. Querem saber minha opinião?”

Hoje parei para pensar sobre o ocorrido no dia 12/09/201 na Festa do Maracujá, onde meu padrasto Donizete Ferreira Gonçalves foi covardemente assassinado e percebi que as pessoas tem a necessidade de falar, não importa se seja real ou não a informação, mas só o fato de terem o que falar e o que comentar já faz com que se sintam melhor. Independente se sabe ou não algo referente ao assunto, ou qual profundidade é o conhecimento.
Vi em alguns sites várias noticias sobre o assunto “HOMEM ESFAQUEI OUTRO POR CIÚMES”, e nesses sites dizem que a “Amásia” e a vitima estavam dançando, outros dizem que o casal estava provocando o agressor. Li até que agressor e a “Amásia” estavam separados há 15 anos e há 3 ela mantinha um relacionamento com a Vítima.
Li e reli todos os comentários deixados abaixo das repostagens, Alguns comentários de força, carinho e fé e alguns que me chamaram atenção que diziam: “Bem feito, foram provocar o cara da cidade dele.” E cheguei ate a ler que o crime teria sido “encomendado pela Amásia para ficar com os bens da Vítima”.
Pois bem, todo disseram tudo o que queriam, jogaram seus monstros não redigir a reportagem ou ao comenta-las. Porém, ninguém nem repórteres e nem as pessoas que destilaram seus comentários vieram até as pessoas de fato, questionar o que realmente aconteceu, ou até mesmo se importar com o sentimento e a dor de quem sofreu com tudo isso.
Muito prazer, meu nome é Karyna Barbosa de Oliveira, sou enteada da Vítima, filha da “Amásia” e coincidentemente filha do agressor. Querem saber a minha opinião?
Primeiro, vamos definir a palavra “Amásia – Mulher que mantém uma relação amorosa ou sexual estável ou regular com uma pessoa casada = Amante, concubina.” Dessa forma, já descartamos o termo usado para definir a minha Mãe (Elza Barbosa Pinto), pois, a mesma vivia em união estável com a vítima, também conhecida como meu Padrasto Donizete ferreira Gonçalves há quase 9 anos, e não há 03 como dizem nas reportagens, (Que falha de vocês hein! Publicar uma informação sem verificar o básico do básico).
Conforme citado em alguns sites, eles não estavam dançando no meio da festa quando ocorreu a agressão. Eles estavam conversando com a minha avó materna. (Sim! A mãe do agressor). Minha mãe tinha uma ótima relação com a família do agressor e quando o ato ocorreu minha avó (de quase 90 anos) presenciou toda a cena e até agora está em estado de choque.
Outra informação que precisa ser corrigida, e que as pessoas que redigiram toda e qualquer matéria não pesquisaram é de que a tal “Amásia” e o agressor não estavam separados há 15 sim, o correto é afirmar que estavam separados há quase 17 anos e digo isso por conhecimento de causa, pois, ninguém além de mim e dos meus irmãos podem afirmar com tanta certeza a data em que ele (o agressor) saiu de casa e nunca mais retornou – 24/12/1998 (HoHoHo! Feliz Natal!).
Após corrigirmos todas essas informações errôneas do fato, vamos ao que interessa de verdade e o motivo do qual decidir me expor aqui: Minha Opinião.
Não sou jornalista, não tenho o dom da palavra e menos ainda da escrita, porém, já que todos tiveram a oportunidade de redigir ou comentar o fato ocorrido, sem ao menos possuírem o menor conhecimento. Cá estou para expressar minha opinião.
Dizer que o crime foi motivado por ciúmes, foi uma das mais absurdas desculpas que já vi, pois, o agressor (que para mim é mais tratável como assassino) antes de cometer o ato, foi até a mesa em que estava minha Mãe meu Padrasto, cumprimentou eles, ficou por alguns minutos e depois saiu, já retornando agredindo brutalmente. Ou seja, no meu ponto de vista, se o motivo era ciúmes, o mesmo teria partido para cima logo que os viram e não teria aguardado o melhor momento. Momento em que a vítima estava de costa. Isso se chama sangue frio e covardia.
O que no meu ponto de vista ele não suportou, foi ver minha mãe de fato feliz. Felicidade essa que o mesmo nunca soube dar, já que o álcool e a jogatina não permitiam. A vida dela progrediu, ela conseguiu crias os 3 filhos (deixados por ele) de forma responsável e com muito amor, sem que nenhum virasse bandido ou qualquer coisa ruim. Enquanto ele, que saiu de casa e trabalhou para sustentar somente ele mesmo, já que nunca voltou para ajudar com 1 real na criação e educação dos filhos, ou mesmo gastou um real com ligação para saber como estávamos, não viu sua vida progredir. Pelo contrário, continuou na vida de jogo e cachaça.
Se quiserem realmente saber minha opinião, e se isso servir de alguma coisa para os repórteres que escreveram as noticias ou para as pessoas que deixaram comentários maldosos, no dia 14/09/2015 não enterrei meu padrasto, enterrei a única visão que pudesse ter de um PAI. Ele era um homem honesto, alegre, divertido, vivia sempre de bom humor, puxava minha orelha quando necessário e defendia quando preciso. O que esse homem, a tal Vítima para vocês e Pai para mim fez por minha mãe, o tal agressor jamais fez ou faria. Ele era o companheiro dela de todas as horas, agora imaginem vocês, ela vendo esse companheiro morrer nos braços dela e ela sem poder fazer nada. Imagino como deve ser a sensação de impotência. O que é piorado visivelmente quando se passa por isso e ainda lê ou escuta comentários maldosos, como por exemplo, cita-la numa reportagem como “Amásia” ou as afirmações ditas “Bem feito, foram provocar indo na cidade dele”.
Quem de vocês, lendo o que escrevi suspeitariam ou afirmariam que 17 anos após o termino de um casamento, a pessoa poderia cometer tal barbaridade e ainda afirmar que fosse por ciúmes. Ciúmes do que? Do que perdeu, ou melhor, abandonou há 17 anos atrás? Quem guarda tanta mágoa por tanto tempo? São perguntas que eu como filha, definitivamente não quero saber a resposta. Por que no meu ponto de vista, algumas coisas não merecem nem ao menos serem ouvidas e para tal ato, não cabe nenhuma justificativa.
Vejo todo mundo comentar tudo, afirmar tudo, dizer o que pensa e fazer piadinhas de duplo sentido ou até mesmo comentários maldosos. Porém, pensa comigo, estava eu no meio de um velório, onde o homem que eu tenho como Pai estava sendo velado. Minha Mãe totalmente fora de si, chorando sem parar. Eu vendo o sofrimento dos entes que o Donizete deixou, sabendo que o culpado por aquilo tudo era o meu pai de sangue e ainda ter que escutar os comentários das pessoas no velório que diziam “aquela ali que é filha do assassino”, e depois disso tudo, ainda ler as inverdades escritas e publicadas sobre a sua família. E ver que em momento algum nenhum repórter ou seja lá quem escreveu as matérias procuraram a peça chave do caso para dar sua versão: Minha Mãe, também conhecida como “Amásia” por alguns.
As pessoas falam demais e falam sem saber de fato a verdade, toda história tem dois lados e diversas versões, a que de fato ocorreu e as que o povo adiciona opinião pessoal, introdução e uma pitada a mais de drama e dor.
E agora como será? Não sei! Irei sempre lembrar com carinho e amor do meu Padrasto. Desejo que minha mãe se recupere dessa perda e volte a ser a pessoa alegre e contagiante que sempre foi e desejo que a justiça seja feita. Mesmo sendo meu pai, sangue do meu sangue, precisa pagar a sua dívida com a sociedade e com sua consciência.
Autora: Karyna Barbosa de Oliveira

Um comentário:

  1. Realmente é deplorável o estado em que as pessoas de hoje chegam, ao ponto de ferirem amargamente outras pessoas sem saberem, por dizerem as vezes coisas que não se diriam nem a pior pessoa do mundo. A justiça será feita, pode não ser a os homens, mas a de DEUS, pode ter certeza... ;)

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