sábado, 18 de fevereiro de 2017

Produtores de Rondônia cria movimentação contra importação de café

Com uma colheita concluída de 1,626 milhão de sacas de café nesta safra, e com uma projeção de crescimento entre 13% e 21%, Rondônia deverá ter uma safra recorde de café em 2017 com uma produção de cerca de dois milhões de sacas, desempenho que consolida seu status de segundo maior produtor de café conilon do País e o quinto entre todos os estados produtores de todas as variedades.
Os dados são do terceiro levantamento realizado em setembro da Safra Brasileira de Café 2016, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que classificou o Estado de Rondônia entre os maiores produtores do Brasil no geral.
A notícia sobre a importação de café conilon verde foi recebida com muita revolta pelo setor produtivo cafeeiro de Rondônia.
Que na manha desta sexta Feira (17) ,fecharam uma rodovia para manifesta contra a medida, os produtores levaram faixas e bloquearam a BR 364, na entrada do trevo de Rolim de Moura.
Importar café do Vietnã, Etiópia ou Peru é submeter os produtores brasileiros a uma concorrência desleal, ao mesmo tempo em que se colocaria em risco o patrimônio genético nacional, construído em décadas sob o esforço constante dos órgãos públicos de pesquisa, ensino e extensão rural. “É necessário que todos aqueles que são ligados ao café e que governam Municípios, que possuem na atividade cafeeira uma parte relevante de sua economia, unam-se a fim de marcar nossa posição contra a importação de café. Pela valorização do campo, do produtor rural, da cafeicultura e de tudo que estes simbolizam para o Brasil.
A pressão pela importação do produto é exercida pelas indústrias que alegam não haver estoque suficiente de café Conilon para abastecer o mercado. Entretanto, em recente levantamento feito pelos produtores, existem cerca de 4,5 milhões de sacas que podem ser comercializadas, mas a indústria não está comprando.
“As indústrias, atraídas pelos baixos preços oferecidos pelos produtores estrangeiros, fazem-se de cegas diante do risco a que está sendo exposta a cafeicultura brasileira, caso seja aprovada a importação de café.
Importar café, iludidos pela fantasia de preços inferiores, expõe nosso parque cafeeiro a pragas quarentenárias dessas regiões que já são erradicadas ou completamente desconhecidas por aqui, tornando então, as nossas plantas vulneráveis e arriscando a dispersão de uma praga capaz de comprometer a produção cafeeira do Brasil”, afirmou Evair de Melo.
Evair de Melo, junto com o setor produtivo, tem lutado constantemente na defesa dos produtores e da produção do café nacional e, de certa forma, obteve vitórias importantes ao conseguirem adiar, suspender e até mesmo cancelar as ameaças de liberação da importação de café que foram surgindo. Do outro lado, as indústrias e os grandes traders continuam insistindo na meta de importar café, realizando uma espécie de dumping reverso, obrigando o produtor brasileiro a forçar para baixo seu preço. “Diante da situação delicadíssima situação em que nos encontramos, convido a todos que se manifestem junto aos órgãos municipais, estaduais, ao Governo Federal e ao Brasil, mostrando a nossa insatisfação generalizada e o nosso posicionamento contrário à importação de café.

Fonte: Portal Agro Ro
Autor: Evair de Melo

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