O secretário-adjunto da Sedam, Francisco Sales, explicou que com o apoio de outros setores da sociedade fica mais fácil alcançar a produção de cinco milhões de mudas, prevista para este ano. Na primeira fase, em andamento e com mão de obra apenada, o viveiro da Sedam distribuirá um milhão de mudas para plantio, em parceria com a Associação Aflora, assistência técnica das equipes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater) e apoio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
Durante a 21ª Festa da Castanha no distrito de Extrema, realizada nos dias 7 e 8 de fevereiro, foram distribuídas cerca de duas mil dessas mudas a produtores da Ponta do Abunã, em parceria com a Emater e a Associação Aflora. Na festividade, que contou com a presença do governador Confúcio Moura, também houve premiação para os vencedores do concurso de quebradores de castanha, comercialização de produtos artesanais e pratos da culinária regional preparados à base do leite de castanha.
O plantio de castanha pelos agricultores da região começou no final da década de 80, com o início da implantação dos consórcios agroflorestais nos distritos de Extrema e Nova Califórnia. Em 2014, cerca de 80% da produção da região, que chegou a 200 mil latas, foi proveniente de castanhais nativos localizados em reservas extrativistas. O restante foi de áreas cultivadas em forma consorciada.
PERDA
Produtos derivados da castanha foram expostos em festa na Ponta do Abunã, aberta com a presença do governador Confúcio |
Apesar da cheia histórica do rio Madeira no ano passado ter causado a perda da capacidade de germinação de 85% das castanhas selecionadas, no biênio 2013/2014, apenas no viveiro da Sedam foram produzidas 50 mil mudas de castanheiras, distribuídas a associações de produtores por intermédio da Emater-RO e diretamente a produtores que procuram a secretaria. Para compensar a perda, a Sedam comprou recentemente mais 6.500 quilos de sementes de castanha nativa da espécie “crioula”, cultivada nas reservas extrativistas; e autorizou a licitação de outro lote de 50 mil quilos.
Produtos derivados da castanha foram expostos em festa na Ponta do Abunã, aberta com a presença do governador Confúcio
Produtos derivados da castanha foram expostos em festa na Ponta do Abunã, aberta com a presença do governador Confúcio
A castanha é uma espécie que pode alcançar mais de 40 metros de altura e é encontrada em quase toda a Amazônia. A amêndoa é um dos produtos da pauta brasileira de exportações, embora a maior parte da safra da região da Ponta do Abunã seja comercializada para a Bolívia e o Peru, sem geração de divisas para Rondônia.“Essa tendência precisa ser invertida”, diz Sales.
PROPRIEDADES
Com nutrientes como ácidos graxos, vitaminas B e E, a castanha-do-brasil também é rica em proteína, fibras, cálcio, fósforo e magnésio. Mas a grande estrela, segundo pesquisadores, é o selênio, um mineral altamente antioxidante que garante longevidade. Estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, atesta que a ingestão diária de duas amêndoas eleva em 65% o teor de selênio no sangue. Como as castanhas produzidas no Norte e no Nordeste do Brasil são mais ricas em selênio, bastaria uma unidade para tirar o mesmo proveito. A recomendação é de que um adulto consuma, no mínimo, 55 microgramas por dia.
O selênio combate, por exemplo, o envelhecimento das células causado principalmente pelos radicais livres e previne o aparecimento de tumores e doenças neurodegenerativas, como mal de Alzheimer e esclerose múltipla. A tireoide funciona a pleno vapor na presença do mineral: se não fosse ele, os famosos hormônios fabricados pela glândula não existiriam. Como qualquer oleaginosa, essa noz é rica em gorduras. Cerca de 70% de sua composição é de ácidos graxos insaturados, como os ômegas 3 e 6, as chamadas gorduras do bem, por isso, em excesso, contribui para o aumento de peso. Uma única unidade contém 27 calorias.
Fonte
Texto: Abdoral Cardoso
Fotos: Rosinaldo Machado
Decom - Governo de Rondônia
Nenhum comentário:
Postar um comentário