Uma
simples picada de mosquito Anopheles infectado pelo protozoário Plasmodium e
surgem os sintomas: febre, dor de cabeça, náusea, hemorragia e cansaço extremo.
É a malária, doença que tira a vida de aproximadamente 800 mil pessoas todos os
anos e, no Brasil, ocorre principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Felizmente, cientistas estão cada vez mais empenhados em encontrar mecanismos
para enfrentar a doença.
A
iniciativa mais recente, elaborada no Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, tem a participação
da pesquisadora brasileira Giselle de Almeida Oliveira.
Destaque
na edição da revista especializada Science, o estudo, em vez de focar a
proteção dos humanos, busca fortalecer o sistema imunológico do mosquito vetor,
para impedir que ele seja infectado e, consequentemente, transmita o mal.
A
equipe de pesquisadores, liderada pela especialista em imunidade de mosquitos e
vetores Carolina Barillas Mury, identificou duas enzimas, a heme peroxidase
(HPX2) e a NADPH oxidase 5 (NOX5), responsáveis por tornar o Plasmodium visível
ao organismo do Anopheles, de modo que o sistema de defesa do animal, chamado
complemento, seja ativado e mate o invasor.
“O
parasita entra no estágio embrionário no corpo do mosquito e tem que atravessar
a parede do intestino do inseto para completar seu desenvolvimento e ser
passado para outros seres vivos. Descobrimos que quando o protozoário invade essas
células ele ativa uma resposta química que não o mata imediatamente, mas o
‘marca’ para ser destruído”, descreve Carolina, em entrevista ao Jornal Estado
de Minas.
Segundo a pesquisadora guatemalteca, o estudo indica que a sobrevivência do invasor e a transmissão da doença dependem do quão rápido as células afetadas conseguem induzir a resposta dessas enzimas e da velocidade que o parasita consegue atravessar a estrutura.
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