quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Pesquisa quer conter transmissão para humanos

Uma simples picada de mosquito Anopheles infectado pelo protozoário Plasmodium e surgem os sintomas: febre, dor de cabeça, náusea, hemorragia e cansaço extremo. É a malária, doença que tira a vida de aproximadamente 800 mil pessoas todos os anos e, no Brasil, ocorre principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Felizmente, cientistas estão cada vez mais empenhados em encontrar mecanismos para enfrentar a doença.


A iniciativa mais recente, elaborada no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, tem a participação da pesquisadora brasileira Giselle de Almeida Oliveira.

Destaque na edição da revista especializada Science, o estudo, em vez de focar a proteção dos humanos, busca fortalecer o sistema imunológico do mosquito vetor, para impedir que ele seja infectado e, consequentemente, transmita o mal.

A equipe de pesquisadores, liderada pela especialista em imunidade de mosquitos e vetores Carolina Barillas Mury, identificou duas enzimas, a heme peroxidase (HPX2) e a NADPH oxidase 5 (NOX5), responsáveis por tornar o Plasmodium visível ao organismo do Anopheles, de modo que o sistema de defesa do animal, chamado complemento, seja ativado e mate o invasor.

“O parasita entra no estágio embrionário no corpo do mosquito e tem que atravessar a parede do intestino do inseto para completar seu desenvolvimento e ser passado para outros seres vivos. Descobrimos que quando o protozoário invade essas células ele ativa uma resposta química que não o mata imediatamente, mas o ‘marca’ para ser destruído”, descreve Carolina, em entrevista ao Jornal Estado de Minas.


Segundo a pesquisadora guatemalteca, o estudo indica que a sobrevivência do invasor e a transmissão da doença dependem do quão rápido as células afetadas conseguem induzir a resposta dessas enzimas e da velocidade que o parasita consegue atravessar a estrutura.

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