O religioso Adelino Gonçalves de 59 anos, que foi padre e também prefeito da cidade paranaense de Mariluz, foi preso na manhã desta sexta-feira 12, na cidade de Jaru. O ex-padre trabalhava como frentista em um posto da cidade, e utilizava indenidade falsa.
Adelino, foi condenado a 18 anos e nove meses de prisão, por ser mandante de um duplo homicídio que vitimou o empresário Aires Domingues, na época seu vice-prefeito e o presidente do PPS local, Carlos Alberto de Carvalho. O crime teria sido motiva pelo fato de Carlos Alberto, ter dito possuir gravações que incriminava o padre de abuso sexual. o duplo homicídio ocorreu em fevereiro de 2001 e comoveu o estado do Paraná.
A sentença condenatória do padre foi proferida pela juíza Josiane Pavelski Borges em júri popular, realizado no dia 16 de abril de 2009, na sede da comarca em Cruzeiro do Oeste.
O mandado de prisão foi cumprido nesta sexta, por policiais da cidade de Presidente Médici com participação do delegado daquela cidade, Evandro Kaovalhuk de Macedo e apoio de policiais da cidade Jaru.
Após sua condenação, Adelino foi considerado foragido da justiça, e acredita-se que ele tenha migrado para Rondônia, onde residiu um bom tempo na cidade de Presidente Medici e posteriormente se mudou para Jaru.
O ex-padre e ex-prefeito não ofereceu resistência durante sua captura ocorrida em sua residencia. O caso gerou na época uma grande repercussão, chegando a ganhar notoriedade nacional, como uma publicação no fantástico.
Relembrando o fato
O crime aconteceu em uma noite de Quarta-feira de Cinzas. Na época, o padre estava começando o mandato como prefeito de Mariluz. As vítimas participavam de uma reunião política quando foram surpreendidas por um homem, que chegou atirando. Domingues morreu no local. Carlinhos levou vários tiros tentando fechar a porta e ainda ficou alguns dias internado, mas não resistiu. Porém, antes de morrer prestou depoimento e revelou o que teria acontecido naquela noite à polícia.
Segundo informações, no processo contra o padre, consta que Carlinhos teria feito gravações de conversas e possuía material que acusava o religioso de abuso sexual contra menores em Mariluz. Conforme as investigações, temendo ser denunciado, o padre teria articulado o assassinato de Carlinhos, mas quando o pistoleiro chegou ao local se deparou também com Aires e resolveu matar os dois. O padre nega as acusações.
Outros acusados
Conforme a investigação, quem atirou nas vítimas foi o ex-policial militar José Lucas Mendes. Ele chegou a confessar os crimes e atribuiu o mando ao padre quando falou com a polícia. Mas em juízo mudou o depoimento e inocentou o padre. Mendes morreu na cadeia em Campo Mourão antes de ser julgado.
Os dois funcionários de confiança da Prefeitura de Mariluz na época, Élcio Farias e Alexandro Nascimento, teriam recebido dinheiro do padre para ir a Maringá comprar o carro usado pelo pistoleiro na noite do crime. Farias foi condenado a 10 anos de prisão, cumpriu dois e meio em regime fechado e outros dois e meio em regime semi-aberto. Nascimento foi o único absolvido no processo, mas acabou morto no carro em Campo Mourão.
Fonte: Jaru Online
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