terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

CORPOS DE DESAPARECIDOS EM HUMAITÁ, CHEGAM À PORTO VELHO E SERÃO IDENTIFICADOS NOS PRÓXIMOS DIAS

Desde a noite de ontem (03), familiares de um dos desaparecidos em Humaitá – AM estão em frente ao IML (Instituto Médico Legal) em Porto Velho. Na manhã de hoje, familiares dos outros desaparecidos estiveram nas dependências do instituto. Após receberem a notícia sobre os corpos terem sido encontrados, parentes foram até o IML em busca de informações sobre os cadáveres.
O professor Stef Pinheiro de Souza, 43 anos, o Técnico Aldeney Ribeiro Salvador, 40 anos e o Representante comercial Luciano Ferreira, 30 anos, estavam desaparecidos desde o dia 16 de Dezembro, quando foram sequestrados por índios, ao passarem pela Rodovia Transamazônica, em terras da tribo indígena da etnia Tenharim-Marmelo. O sequestro se deu, como forma de represália por parte dos índios, revoltados com a morte de um Cacique, atropelado na mesma Rodovia.

Alguns dias após o ocorrido, moradores município de Humaitá se revoltaram com a atitude dos índios e atearam fogos em vários veículos da FUNAI, assim como barcos e a própria sede da Fundação Nacional do Índio. Familiares dos desaparecidos foram até o município em busca de informações, mas, não obtiveram êxito.
No dia 30 de Janeiro de 2014 a Policia Federal em parceria com o Exército, Força Nacional de Segurança e Policia Rodoviária Federal, realizava a operação denominada “Humaitá”, visando cumprir cinco mandados de prisão em desfavor de índios nas terras Tenharim, na BR 230 entre o KM 100 e 150. As prisões foram expedidas pela Justiça do Amazonas, pelo possível envolvimento dos índios no desaparecimento de Stef, Aldeney e Luciano. Todos os mandados de prisão foram cumpridos com êxito, sendo que entre os cinco índios presos, estão dois filhos do Cacique que morreu atropelado.
Após quase dois meses do desaparecimento, a Força Tarefa percorreu cerca de 270 hectares nas terras indígenas e conseguiu localizar, com a ajuda do cão farejador Hórus, três corpos do sexo masculino. Os cadáveres estavam enterrados em uma única cova, numa localidade distante cerca de 100 KM de Humaitá. Segundo o Delegado da Policia Federal - que tinha fotos dos desaparecidos em mãos – os corpos aparentam ser dos três homens desaparecidos no dia 16 de Dezembro de 2013, mas, apenas após exames será possível confirmar a identidade dos corpos.
Em coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta terça-feira (04) no Instituto Médico Legal, em Porto Velho, Genival Queiroga, diretor do IML informou que na manhã de hoje os corpos passaram por raio x de corpo inteiro no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro. Os corpos ainda passarão por três exames, para que seja confirmada a identificação. Será realizado o exame de DNA, onde serão enviados um dente e fragmentos de ossos de cada cadáver, para um instituto em Brasília – DF. Em Porto Velho, serão realizados os outros dois exames, sendo o de impressão digital, feito no IML e trabalhado no instituto de identificação e o exame de arcada dentária, também feito no IML.
Dois familiares de cada vítima serão submetidos ao “auto reconhecimento”, onde irão fazer o reconhecimento dos corpos no IML. O Diretor do Instituto disse, que mesmo os familiares reconhecendo com 100% de certeza, os três exames supracitados são necessários para a identificação dos cadáveres.
Segundo a lei, o Instituto Médico Legal tem o prazo de 10 dias para que sejam realizados todos os exames de identificação, mas, segundo Genival Queiroga, o IML costuma realizar os exames antes do prazo estipulado.
O Delegado Alexandre Alves, da Policia Federal, informou que a conclusão das investigações apontam que os cinco índios que estão presos em Porto Velho, foram os autores das mortes. A polícia investiga os crimes de sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.

Fonte: Julio Malta / News Rondônia

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