terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sem as pernas jaruense dribla adversários e faz gols com as mãos

Edinelson Reis, 30 anos, nasceu em Minas Gerais, mas ainda pequeno se mudou com a família para Jaru, Rondônia - município distante cerca de quase 300 km da capital Porto Velho - onde cresceu e mora até hoje. Na pacata cidade do interior do Estado, onde trabalha como controlador de estoque em um supermercado, tudo o que entra e sai do depósito tem passar e ser registrado por ele. Tarefa que faz com muito orgulho e dedicação.
- Nós muitas vezes chegamos no serviço reclamando de algumas coisas, enquanto ele chega aqui sempre com um sorriso no rosto e passando uma magia, algo contagiante para nós - disse Vagner Cabral, amigo.


São oito horas diárias de trabalho. Cada desafio enfrentado fica o gostinho da superação das adversidades. Motivação a mais para as aventuras. Tudo isso porque ele é especial. Edinelson nasceu com má formação dos membros inferiores e não desenvolveu as pernas. Mas isso nunca foi problema para ele. É com a ajuda do esporte que ele tenta vencer os obstáculos do dia a dia.

Edinelson já teve um quadricículo e até fazia trilhas. Aliás, ele leva uma vida normal. Quando sai do serviço pega o carro e vai pra casa, o veiculo é adaptado, a alavanca funciona como freio e acelerador. E quando chega a noite, encontra o que mais gosta de fazer: jogar futebol com os amigos. Pra não se machucar coloca a proteção nos pés e faz o ritual de preparação. Mas apesar de ser futebol, só ele pode jogar com as mãos. A paixão de Edinelson pelo esporte surgiu muito cedo.
- Comecei a jogar futebol com cinco anos, vendo o pessoal brincar do lado de casa, onde tem uma igreja, antes tinha uma campinho de lama. Por acaso, chutaram a bola perto de mim e eu coloquei a mão, segurei, dei um toquinho e mandei de volta. Aí os meninos olharam e me chamaram pra jogar aí eu disse: Eu posso tentar - lembra.

No gramado sintético, único da cidade de Jaru. Edinelson demostra intimidade com a bola e faz até gracinha. O olhar para os adversários é de baixo pra cima, mas ele faz tudo o que os colegas fazem. A agilidade e a força pra bater na bola são impressionantes. A visão de jogo é a maior qualidade. Contudo, a paixão vai além, o amor pelo tricolor paulista é incondicional.

- Tenho um sonho de conhecer o CT do São Paulo e o Morumbi. Ver aquele monumento glorioso deve ser muito bom. Acho que voltaria sem voz se fosse pra lá (risos). Gosto de vários jogadores, mas o Rogério Ceni é o cara, é ídolo, é um mito, sou fã dele - disse o xodó da família Reis é também um exemplo de vida e superação.
- As vezes as pessoas não dão valor no que tem. O mais importante é você acordar e fazer o que você gosta - finaliza.

Autor: G1

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