quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Café, laranja e mandioca explicam o tombo do desempenho agrícola

O tombo no Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário registrado no terceiro trimestre já era esperado e não deve anular a contribuição positiva do setor à atividade econômica em 2014. Essa é a avaliação dos economistas que acompanham o setor.
No terceiro trimestre, o PIB agropecuário caiu 3,5% ante o trimestre anterior, descontado o comportamento típico do período. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a retração foi de 1%. No ano, até setembro a alta é de 8,1%.
"O que explica essa retração no PIB agropecuário no terceiro trimestre é a queda na produção e nos preços de café e laranja, duas lavouras perenes e que têm forte influência nessa época do ano", afirma o diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fábio Silveira.
"O desempenho veio dentro do esperado", afirma a sócia da Tendências Consultoria Integrada, Amaryllis Romano. Ela explica que as lavouras que contam nessa época do ano, como café, laranja e mandioca, tiveram um volume menor de produção. Por isso, o resultado do PIB não surpreendeu.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) faz uma análise semelhante e atribui a essas três culturas o fraco desempenho do trimestre. Na laranja, por exemplo, a produção deste ano recuou 14,2% na comparação com 2012 por causa de problemas climáticos e do baixo investimento no setor. No café, a safra atual encolheu 6,9% em relação à safra anterior. A retração ocorreu em parte por causa do clima.
O resultado também foi influenciado pelo fato de o café ser uma cultura bianual e este ano ser período de baixa do ciclo de produção. No caso da mandioca, a CNA calcula que a quebra de safra foi de 11,55%, resultado da combinação de redução da área plantada com a seca que castiga o Nordeste.
Ano. "A queda no PIB agropecuário do terceiro trimestre não deve ofuscar a contribuição dada pelo setor neste ano", afirma Amaryllis. Segundo a economista, o setor já "salvou" o PIB com a safra recorde de grãos colhida no primeiro semestre. "A agricultura já cumpriu o seu papel", enfatiza.
Para Silveira, o setor não deve se recuperar no último trimestre deste ano porque as culturas permanentes devem continuar pressionando o resultado do PIB do setor. Por isso, ele projeta crescimento de 6% do PIB agropecuário para o ano.

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