sábado, 9 de maio de 2015

CACOAL – Polícia Civil e Ministério Público afirmam: Maria Ivani e Paty Paulista são os cabeças de esquema de corrupção em Cacoal.

Durante a coletiva de imprensa realizada por membros do Ministério Público e a Polícia Civil em Cacoal a respeito da Operação Detalhe, a equipe liderada pelo delegado Arismar Araújo destacou os principais fatos que circundam os poderes executivo e legislativo de Cacoal.
“Pelas análises das investigações, que já duram cerca de 60 dias, verificamos que os cabeças da organização que orquestrava o esquema de corrupção dentro da prefeitura eram a chefe de Gabinete do executivo, Maria Ivani Araújo, e o atual presidente da Câmara de Vereadores, Paty Paulista. Até o presente momento não temos provas que afirmem que o prefeito esteja ligado diretamente ao esquema”, disse Arismar.
Ao todo foram executados 9 prisões temporárias, que duram cinco dias para averiguações e que podem se tornar prisões efetivas, 10 conduções coercitivas e 27 mandados de busca e apreensão na câmara de vereadores, prefeitura e residências. A operação teve seu inicio operacional as 02h00 desta madrugada, 08.
De acordo com o promotor Diogo Boghossian, existem evidências de que a CPI realizada pela câmara de vereadores tenha sido direcionada e que o MP participou desde o início de todos estes procedimentos. “Conforme a operação foi tomando corpo também foi adentrando outros promotores e delegados. E tudo isso culminou nas prisões e apreensões realizadas hoje pelos 86 membros participantes da operação”, afirmou Diogo.
De acordo com o que foi relatado pelos delegados e promotores, o esquema se concentrava em direcionamentos de licitações, aprovações de loteamentos e a doação de terrenos. A construção do Hospital Municipal, umas das principais lutas da atual administração, seria o palco destas irregularidades. O favorecimento de empresas para a construção do hospital ligam João dos Reis Bonilha (construtora), Marcos Henrique Stecca (setor imobiliário), Silvino Gomes da Silva (Setor de Licitação da Prefeitura) e José Carlos Rodrigues dos Reis (Procurador do Municipio) ao esquema. Em uma suposta negociação entre alguns dos envolvidos ficou firmados que 10% da obra seria revertido para Maria Ivani e seus aliados. Em um dos áudios de posse do MP e PC é citado o valor de R$190 Mil que a empresa ganhadora deveria passar para a quadrilha. De acordo com os dados repassados pelos representantes do MP e PC, os 10% das obras do Hospital Municipal e do terreno para a construção, a quadrilha iria embolsar cerca de R$4,5 Milhões.
Durante a entrevista também foi citado a aprovação de loteamentos mediante a doação de alguns terrenos para os membros ligados a quadrilha. Prisões foram feitas em Vilhena e em Porto Velho e durante as buscas foram encontradas três armas de calibres 38, 32 e 22 em residências dos investigados, mas não foi mencionado em quais residências.
Os que tiveram a prisão temporária decretada foram Maria Ivani Araujo, Paty Paulista, José Carlos Rodrigues dos Reis, Silvino Gomes da Silva, João dos Reis Bonilha, Marcos Henrique Stecca, Richardisson Palácio e Valdomiro Corá, sendo o último considerado foragido da justiça.
De acordo com o delegado Arismar, quase todos os que tiveram condução coercitiva terão de usar tornozeleira eletrônica durante os próximos dias.
O vereador Valter Pires, que foi recebido pela polícia ainda no aeroporto de Cacoal quando chegava de uma viagem a Brasília, foi liberado depois de dar esclarecimentos. Ele foi um dos vereadores que foram chamados para prestar informações junto a Polícia e Ministério Público.
Muitas perguntas ainda não foram respondidas pois correm em segredo afim de não atrapalhar o restante das investigações através dos materiais apreendidos nesta manhã.
Fonte: Marcelo Nery

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