segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Esquema no IPAM desviaria toda verba do servidor da capital, diz PF

A Operação Imprevidência desarticulou uma organização criminosa que praticava crimes de corrupção e gestão temerária em institutos de previdência em Rondônia. Segundo a Polícia Federal, foram evitados a injeção de R$ 80 milhões em fundos podres, apesar de toda a pressão e até oferta de propina a dois membros do comitê de investimento do Ipam. Gilson Nazif, irmão do prefeito de Mauro Nazif, foi conduzido coercitivamente. Empresas envolvidas na Operação Lava Jato estão envolvidas com esta organização criminosa. Um dos presos é o empresário Ayres Gomes do Amaral Filho, representante da empresa Planner e que negociava com fundos de investimentos podres.

A Polícia Federal começou a investigar o caso após tomar conhecimento por meio de denúncias na mídia e também por servidores. “O modo de operação deles consistia na atuação de pessoas intermediárias que vendiam fundos fraudulentos que tinham como alvo o IPAM e outros fundos de previdência no interior do estado. Essas pessoas passavam a desenvolver tratativas com membros do comitê de investimento. A partir de então a PF passou a monitorá-los. Esses intermediários faziam ligação diretamente com os institutos e visavam viabilizar investimentos em fundos podres. Uma vez investido esse dinheiro nesse tipo de fundo, toda a verba dos servidores municipais estaria perdida. Isso é muito comum em municípios pequenos com o potencial muito grande de destruição”, afirmou o delegado Bernardo Amaral, delegado chefe da investigação, durante entrevista coletiva na sede da PF em Porto Velho.

Esquema

Ainda conforme o delegado, em julho foram descobertos que os R$ 80 milhões seriam investidos nesses fundos podres, no entanto, os trabalhadores que eram os responsáveis por aprovar os investimentos resistiram a pressão dos lobistas. “No âmbito de Porto Velho, as pessoas responsáveis por autorizar esse tipo de investimento, por meio das conversas e orientação da PF, conseguiram que o investimento não fosse realizado. Eles mesmo decidiram que não seria viável, isso enquanto a PF investigava. O objetivo era viabilizar a ingestão de recursos junto a campanha de reeleição do atual prefeito. Apesar de todas as pressões e ofertas de propinas o grupo colaborou e não foram investidos esses R$ 80 milhões”, garante o delegado.

Os lobistas eram, em sua maioria, do estado de São Paulo, que se apresentavam às pessoas ligadas a viabilizar esses investimentos. “Eles começavam conversando, se visse que não elas não ajudariam a investir, começavam a ser pressionados e havia até ofertada a propina. Esses intermediários tinham grande poder de pressão e chegaram a ofertar propina a dois membros do comitê de gestão. Desde então, os servidores evitaram o contato com esse lobistas e não fizemos o flagrante na época para poder darmos sequência na investigação e chegar a todos os envolvidos”.
A PF diz ainda que no interior do estado foi evitado que desvio futuro de R$ 250 milhões, isso porque as investigações mostram que as empresa tinham o objetivo de faturar esse valor no prazo de um ano. Ainda conforme a PF, as investigações continuam.
Mandados e prisões
Foram expedidos 30 mandados judiciais: em Porto Velho foram duas prisões temporárias, quatro conduções coercitivas e 10 buscas e apreensões; Ji-Paraná foi uma condução e duas buscas; em São Paulo duas prisões temporárias; Campinas uma condução e uma busca; Jundiaí - uma prisão temporária e uma busca e Cajamar foram uma prisão temporária, uma condução e três buscas.
Fonte:rondoniagora

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