A Polícia Federal começou a investigar o caso após tomar conhecimento por meio de denúncias na mídia e também por servidores. “O modo de operação deles consistia na atuação de pessoas intermediárias que vendiam fundos fraudulentos que tinham como alvo o IPAM e outros fundos de previdência no interior do estado. Essas pessoas passavam a desenvolver tratativas com membros do comitê de investimento. A partir de então a PF passou a monitorá-los. Esses intermediários faziam ligação diretamente com os institutos e visavam viabilizar investimentos em fundos podres. Uma vez investido esse dinheiro nesse tipo de fundo, toda a verba dos servidores municipais estaria perdida. Isso é muito comum em municípios pequenos com o potencial muito grande de destruição”, afirmou o delegado Bernardo Amaral, delegado chefe da investigação, durante entrevista coletiva na sede da PF em Porto Velho.
Esquema
Ainda conforme o delegado, em julho foram descobertos que os R$ 80 milhões seriam investidos nesses fundos podres, no entanto, os trabalhadores que eram os responsáveis por aprovar os investimentos resistiram a pressão dos lobistas. “No âmbito de Porto Velho, as pessoas responsáveis por autorizar esse tipo de investimento, por meio das conversas e orientação da PF, conseguiram que o investimento não fosse realizado. Eles mesmo decidiram que não seria viável, isso enquanto a PF investigava. O objetivo era viabilizar a ingestão de recursos junto a campanha de reeleição do atual prefeito. Apesar de todas as pressões e ofertas de propinas o grupo colaborou e não foram investidos esses R$ 80 milhões”, garante o delegado.
Os lobistas eram, em sua maioria, do estado de São Paulo, que se apresentavam às pessoas ligadas a viabilizar esses investimentos. “Eles começavam conversando, se visse que não elas não ajudariam a investir, começavam a ser pressionados e havia até ofertada a propina. Esses intermediários tinham grande poder de pressão e chegaram a ofertar propina a dois membros do comitê de gestão. Desde então, os servidores evitaram o contato com esse lobistas e não fizemos o flagrante na época para poder darmos sequência na investigação e chegar a todos os envolvidos”.
A PF diz ainda que no interior do estado foi evitado que desvio futuro de R$ 250 milhões, isso porque as investigações mostram que as empresa tinham o objetivo de faturar esse valor no prazo de um ano. Ainda conforme a PF, as investigações continuam.
Mandados e prisões
Foram expedidos 30 mandados judiciais: em Porto Velho foram duas prisões temporárias, quatro conduções coercitivas e 10 buscas e apreensões; Ji-Paraná foi uma condução e duas buscas; em São Paulo duas prisões temporárias; Campinas uma condução e uma busca; Jundiaí - uma prisão temporária e uma busca e Cajamar foram uma prisão temporária, uma condução e três buscas.
Fonte:rondoniagora
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