Garimpeiros que trabalhavam na extração ilegal de ouro no rio Madeira foram presos na “Operação Brasil Integrado”, iniciada ontem, com duração de 24 horas. No estado de Rondônia as ações ocorreram nos municípios de Vilhena, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Ponta do Abunã, Buritis, São Miguel do Guaporé, Rolim de Moura, Jacinópolis e Ariquemes.
Operação durou 24 horas e tinha como objetivo o combate
ao crime organizado 
Roni Carvalho/Diário da Amazônia
Atuaram na Operação Brasil Integrado” as polícias Federal, polícias Rodoviária Federal, Civil, Militar e Militar Ambiental, Força Nacional, Corpo de Bombeiros, Ibama, Receita Federal e outras instituições de fiscalização.
A Operação teve duração de 24 horas e tinha como objetivo o combate ao crime organizado, fiscalizando fronteiras, estradas, portos e aeroportos. Segundo informações extraoficias, colhidas durante a Operação, só no estado de Rondônia apreendeu pessoas trabalhando em garimpos ilegais no rio Madeira, 4 kg de cocaína, 5 kg de maconha, 6 caminhões com madeira ilegal e 3 motos roubadas. Até o fechamento da edição não foi possível confirmar e atualizar, segundo a Polícia Federal o relatório ainda não estava concluído.
Comboio
Com oito carros a Polícia Federal saiu da sede da superintendência em comboio para o Porto Passarão, localizado na estrada do Belmonte, onde junto com embarcações da Marinha do Brasil e Polícia Ambiental realizaram buscas de dragas que realizam extração ilegal de minério no rio. Alguns trabalhadores das dragas clandestinas foram detidos. Porém, até o fechamento da matéria não conseguimos com a assessoria da PF informações gerais sobre os números de prisões e quantidade de entorpecentes e veículos recuperados.
Extração  ilegal
A operação alcançou garimpeiros que há meses trabalhavam na extração ilegal de ouro no rio Madeira, no espaço entre o Belmonte e o porto do Cai n’água, na região central de Porto Velho. Alguns garimpeiros foram presos, por terem sido flagrados realizando a extração do minério. Além das prisões, se for caracterizada a exploração, os garimpeiros terão seus materiais apreendidos e devem pagar multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, de acordo com informações da Polícia Ambiental, envolvida na operação.
Segundo informações de profissionais da Polícia Ambiental, indícios de funcionamento da atividade, como a existência de carpetes nas dragas ou balsas e mesmo que o motor das embarcações esteja quente são indicativos que podem comprovar a prática de extração em área proibida.
O lançamento de Mercúrio, minério usado nas atividades de extração do ouro (nocivo à saúde humana), além da exploração em área urbana são alguns fatores que determinam a proibição das atividades na extensão do Cai n’água até o Belmonte, no entanto há vários outros fatores que justificam a proibição, de acordo com a Polícia Ambiental. Wallisson Fernando da Silva Dias, garimpeiro que exercia a atividade na região do Belmonte informa que trabalha na extração nessa região desde o mês de junho e que os garimpeiros já pretendiam sair dessa área, tendo em vista que a exploração se torna mais difícil com a subida do nível do rio Madeira.
Cem gramas
Ainda segundo Wallisson, cada balsa extraía em média, 100 gramas de ouro por semana. Atualmente o grama do ouro está sendo vendido a R$ 99,00. Os garimpeiros acreditam que cerca de mil balsas atuaram nos últimos meses em área proibida para extração. “Cada balsa possui três profissionais trabalhando para sustentar a família, então são aproximadamente três mil pessoas que precisam dessa fonte de renda para sobreviver”, sustenta Wallisson Dias. “Fomos atingidos pela cheia do Madeira e precisávamos de uma fonte de renda”, justifica.
Os garimpeiros pretendiam de deslocar para a região do Maruin, Tamanduá, São Miguel e Cujubim, no Baixo Madeira e para a do município de Humaitá (AM).
Além de conferir a realização da atividade, os policiais envolvidos na operação investigam se dragas e balsas são credenciadas ou se também há irregularidades na documentação das embarcações.